7 de agosto de 2010

Anatomia do fascínio

Há pessoas elegantes e pessoas efeitadas.
Machado de Assis


A observação do maior escritor nacional, bem se aplica para tentar explicar o evidente gosto pela categoria de rali, dentre aquelas do automobilismo esportivo. Mesmo nos tempos atuais, onde o fabuloso Sébastien Loeb empresta um caráter de previsibilidade, o atrativo nunca foi o que determinada dupla ou marca ganhou, mas como ganhou.

Desde as provas seminais até a criação do WRC, sempre houveram etapas divertidas e trágicas. Temos a utilização de um tanque extra de combustível, bem escondido, no carro utilizado por Benito Mussolini em provas de longa distância (o que lhe conferia ligeira vantagem sobre os adversários), ao público local interferindo com um bloco de gelo que retirou da competição (e da iminente vitória) o Porsche de Jean Luc Therier, para vitória do R5 Turbo de Jean Ragnotti no Rally de Monte Carlo de 1981.

Mesma prova, só que em 1966, teve os três primeiros lugares conquistados por duplas conduzindo Mini Coopers S. Ganharam por pouco tempo, pois causava espécie que aquele nano veículo, pudesse superar qualquer outro veículo - ainda mais francês. É a famosa história dos faróis Lucas, cujos filamentos das lâmpadas, estavam em desacordo com as regras de trânsito da França. Daí além dos três Minis, sobrou a mesma penalização ao Lotus Cortina de Roger Clark, que utilizava idênticas lâmpadas halógenas.

Oui mes amis: o quinto colocado, Pauli Toivonen, foi promovido a primeiro. Cujo Citroën ID, estava dentro das regras de trânsito francesas, sim senhor!

Afora detalhes impertinentes desses naipes, mesmo a meio tanta lama, buracos, poeira, charcos e paredes humanas, é a mais elegante das categorias do automobilismo.


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