2 de agosto de 2010

A Era dos Exageros II


Basicamente a receita já havia sido aprovada: 200 modelos fabricados em 12 meses ininterruptos; chassis tubular; alguma coisa que lembre a carroceria de origem; tecnologia high-end na motorização e números superlativos de potência, peso minimal.
E o investimento total, compreendendo até mesmo as ditas 200 unidades para efeitos de homologação, valia a pena: o sucesso de determinada marca no Grupo B, alavancava as vendas de seus modelos disponiibilizados.

O caminho sulcado pela Lancia e Audi nessa categoria, não deixou impassível seus concorrentes europeus: de olho nesse segmento esportivo, a Peugeot passou a desenvolver seu modelo anabolizado. Mesmo porque, não fazia o menor sentido apenas relembrar suas esporádicas vitórias em edições anteriores, conquistadas pelos modelos 404 e 504.

Assim, em 1984, cuidou de se socorrer do nanico e insonso 205, colocando uma usina XU8T com 1,775 litros, 4 cilindros, 16 válvulas e sobrealimentado por uma Garret que operava com 0,8 bar, entregando algo em torno de 200 hp aos 5.000 rpm para 1140 kg. Isso, recorde-se na versão de rua, já que a de competição, alivada em praticamente um terço do peso, e com alguma pressão na turbina e uma série de acertos na Bosch K-Jetronic, chegava a 450 hp aos 8.000 rpm, com um torque explosivo de 490 Nm aos 5.100 rpm.

Com motor disposto centralmente e com a adoção de kevlar e fibra de carbono - de uso ainda experimental para a época - a tração integral tornou tudo muito mais equilibrado. Tanto que foi um modelo vencedor, no curto hiato em que competiu.

E bem possivelmente, a visão de sua disposição mecânica é aquela que mais bem expressa esse período hiperlativo.




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